sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Mitos e verdades sobre a Grafologia.

De fato, tudo que é de certa forma desconhecido, tende a ser submetido às avaliações subjetivas das pessoas que por vezes conhecem somente o que lhe é informado ou foi orientado quando da necessidade de realizar uma redação.

Sendo assim, é muito importante esclarecer alguns aspectos sobre sua utilização e seu processo de avaliação.

A Grafologia estuda a personalidade por meio da escrita, sua abrangência é imensurável, pois pode ser utilizada tanto em diferentes níveis profissionais, como em distâncias geográficas consideráveis – não tem fronteiras. Porém é muito comum, quando buscamos “grafologia” no Google, encontrarmos associações com quiromancia, runas, tarô, e outros, além de testes online disponíveis. É fato que não tem fronteiras, mas virtualmente não há como analisar uma escrita.

Alcançamos aqui nosso primeiro mito. A grafologia não é uma ciência mística. Muito embora a possibilidade do grafólogo relatar, apenas olhando uma redação, traços de personalidade de alguém que nunca viu pareça para quem ouve certo misticismo, toda informação tem base em aspectos gráficos que são analisados.

A letra feia, nosso segundo mito, não interfere de maneira alguma na análise da escrita, pois o que avaliamos são os aspectos gráficos da escrita, como inclinação das letras, tamanho, pressão, direção das linhas, movimento, etc.

Terceiro mito, a letra de imprensa, ou conhecida por nós grafólogos como escrita tipográfica. Costumo dizer aos meus alunos e espectadores nas palestras, que quem diz que não pode escrever com este tipo de letra não é grafólogo, e, se o é, não sabe analisar. Com certeza muitos aspectos gráficos da escrita ficam prejudicados neste tipo de letra, e daí a necessidade de conhecimento e know-how do grafólogo para realizar este perfil grafológico, que por muitas vezes se torna mais rico que os demais.

Não pode fazer rascunho, o quarto mito. Pensemos, se a grafologia é um instrumento projetivo e no papel expressamos nossa personalidade (caráter, atitudes, comportamentos, etc), como podemos dizer que não pode? Neste caso, o avaliando “passa à limpo” por uma questão de estética, o que inevitavelmente se torna uma cópia, sem que a escrita seja de fato um ato cerebral neste momento, é mecânica. Aí está a grande questão. Neste caso, o rascunho é muito mais importante, diria até somente ele é importante, apesar de recolhermos as duas versões.

O uso do computador interfere na escrita, neste mito, o quinto, sempre esclareço que certamente a sua escrita não tem mais a mesma fluidez ou a mesma forma, mas os aspectos estruturais de sua personalidade permanecem por toda vida, independente desta situação ou de amadurecimento do escritor, o que também altera alguns aspectos da escrita. Aqui, estamos esclarecendo mais um mito: nossa letra muda sim com o passar dos anos, mas os aspectos gráficos da estrutura de personalidade, estes permanecem os mesmos.

O mito mais comum e infelizmente que move as pessoas para conhecerem a Grafologia de forma errônea e superficial: os testes online. Já falamos aqui que a Grafologia é um instrumento projetivo e que a escrita é um ato cerebral que não deve sofrer qualquer tipo de cerceamento na sua realização, pois estas variáveis podem interferir significativamente no resultado da análise.

É sabido, pelos estudiosos, que havia uma linha de análise na Grafologia chamada de Grafologia Alfabética, onde se analisava todas as letras do alfabeto. Identificava-se o tipo de letra A, por exemplo, que o escritor executava e que por sua vez apresentava as características de personalidade pertinentes a este tipo de A. Com o passar do tempo, os estudiosos começaram a perceber que este tipo de avaliação não permitia análises mais particulares dos indivíduos, e todos os que apresentavam este tipo de A, por exemplo, tinham a mesma característica de personalidade e assim por diante. Sendo assim, estes testes online são baseados nestes conceitos, já ultrapassados e superficiais sobre a análise da escrita.

Artigo escrito por Roberta Borrelli, publicado no site RHDebates.

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